ABRIL - O MÊS INTERNACIONAL DA PREVENÇÃO DOS MAUS TRATOS NA INFÂNCIA

Catarina da Isabel, Musicoterapeuta e Terapeuta da Fala

Os maus tratos podem ocorrer dentro e/ou fora do contexto familiar, com uma frequência variada e poderão existir sob múltiplas formas.

Abril é o mês Internacional da Prevenção dos Maus Tratos na Infância, sendo de extrema importância a sensibilização e implementação de medidas preventivas e saber como agir perante uma situação de maus tratos. 

Os maus tratos podem ocorrer dentro e/ou fora do contexto familiar, com uma frequência variada e poderão existir sob múltiplas formas. Podem ser definidos como “qualquer forma de tratamento físico e(ou) emocional, não acidental e inadequado, resultante de disfunções e(ou) carências nas relações entre crianças ou jovens e pessoas mais velhas, num contexto de uma relação de responsabilidade, confiança e (ou) poder. Podem manifestar-se por comportamentos ativos (físicos, emocionais ou sexuais) ou passivos (omissão ou negligência nos cuidados e (ou) afetos). Pela maneira reiterada como geralmente acontece, privam o menor dos seus direitos e liberdades afetando, de forma concreta ou potencial, a sua saúde, desenvolvimento (físico, psicológico e social) e (ou) dignidade” (Magalhães, 2005, p.33).

Os sinais de alerta são fundamentais, podendo envolver, entre outros:

  • Atraso de desenvolvimento;

  • Carência de higiene;

  • Problemas no relacionamento com os outros;

  • Perturbações do sono e/ou do comportamento;

  • Existência de lesões pouco comuns na criança;

  • Alterações do comportamento;

  • Dificuldades no controlo de impulsos;

  • Comportamentos inadequados para a idade, nomeadamente ao nível da sua sexualidade.

Os maus tratos têm um impacto significativo na vida da criança ou jovem, podendo ter repercussões a diferentes níveis:

  • Problemas cognitivos e na linguagem, que poderão conduzir a dificuldades de aprendizagem;

  • Perturbações ao nível da vinculação e estabelecimento de relações sociais;

  • Dificuldade na externalização dos seus problemas e ao nível da utilização de estratégias de coping eficazes;

  • Maior tendência para comportamentos de risco e/ou de oposição e agressão;

  • Maior tendência para comportamentos disruptivos e/ou regressivos;

  • Maiores dificuldades na regulação emocional;

  • Fragilidades ao nível da autoestima e gestão da ansiedade;

  • Alterações de natureza psicossomática.

A manifestação do impacto dos maus tratos não é linear, sendo que a intensidade, duração e expressão dos sintomas depende de um conjunto de fatores e indicadores, nomeadamente o estádio de desenvolvimento da criança

É de extrema importância a sensibilização das crianças e jovens para o que é ou não aceitável na relação com o outro, assim como a criação de um ambiente que transmita segurança, com relações de confiança com adultos que estejam do seu lado na procura de ajuda especializada.

 
 

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