O IMPACTO DA MUDANÇA DA HORA NAS CRIANÇAS
Ana Filipa Lamelas, Psicóloga
A mudança da hora tem impacto no funcionamento psicológico e fisiológico das crianças, podendo observar-se algumas mudanças a nível emocional e comportamentais, às quais a família deve estar atenta:
Alterações no sono
Quando a hora muda, o corpo necessita de algum tempo para se adaptar à nova rotina, havendo inicialmente uma desregulação do ritmo circadiano, a qual gera dificuldade em adormecer/acordar e uma menor qualidade do sono. Assim, é possível que as crianças apresentem maior sonolência ao longo do dia;
Alterações de humor e comportamentais
Uma vez que surgem alterações ao nível do sono, estas geram cansaço, maior irritabilidade ao longo do dia e menor tolerância à frustração, o que pode aumentar a probabilidade de ocorrerem birras e choro fácil perante situações pouco significativas;
Alteração da exposição à luz solar
A luz solar é um dos principais reguladores do ciclo circadiano, pelo que, quando ocorre uma mudança de hora pode haver menor exposição à luz solar matinal, dificultando o despertar das crianças. Adicionalmente, pode ocorrer uma maior necessidade de ser utilizada luz artificial, principalmente no período noturno, interferindo na vontade de dormir das crianças, uma vez que fontes de luz artificiais despertam/ativam o cérebro;
Alterações no comportamento alimentar
Com a desregulação do ciclo circadiano, as crianças podem apresentar também horários desregulados, os quais têm impacto ao nível da alimentação, podendo haver menor apetite e ocorrer maior procura por alimentos menos saudáveis;
Impacto no desempenho escolar
As crianças podem apresentar uma menor motivação perante tarefas cognitivamente exigentes, assim como uma menor capacidade de atenção/concentração e velocidade de resposta, podendo isto ter repercussões na sua produtividade e desempenho nas atividades escolares.
Contudo, é importante ter em atenção...
Cada criança tem um ritmo de adaptação à mudança e desenvolvimento diferente, sendo necessário respeitar o mesmo, sendo empático e tentando manter as rotinas dos diversos contextos em que a criança está inserida.




